Performance de verdade: como não cair na armadilha dos indicadores de vaidade

O desafio de medir o que realmente importa

No trade marketing, medir resultados nunca foi tão importante e tão fácil de se enganar. 

Com o avanço das ferramentas de coleta de dados e a pressão por relatórios rápidos, tornou-se comum trabalhar com números que parecem impressionantes, mas que pouco dizem sobre o real desempenho da operação.


O problema é que, sem uma análise crítica, esses números podem levar empresas a direcionarem tempo, orçamento e equipe para iniciativas que não trazem retorno. E é aí que entram os indicadores de vaidade: métricas que soam bem em apresentações, mas não mostram impacto real nas vendas, na rentabilidade ou na experiência do shopper.

O que são, afinal, indicadores de vaidade no trade

Um indicador de performance no trade só tem valor se conseguir mostrar, de forma clara, como determinada ação contribuiu para os objetivos estratégicos da marca. Os indicadores de vaidade fazem o oposto: geram sensação de resultado sem entregar um diagnóstico confiável.


Alguns exemplos comuns:

  • Número de abordagens no PDV sem medir quantas resultaram em compra.
  • Volume bruto de material entregue sem verificar aplicação e exposição efetiva.
  • Cobertura de PDV sem considerar ruptura ou share de gôndola.
  • Quantidade de ativações sem analisar vendas incrementais ou ROI.

Essas métricas, isoladas, podem mascarar falhas graves. Distribuir milhares de brindes, por exemplo, pode significar somente alto custo e zero impacto real se o shopper não se engajar com a marca.

Por que confiar neles é um risco estratégico

O grande perigo dos indicadores de vaidade é que eles podem influenciar decisões importantes. Quando a gestão se baseia apenas em números “bonitos”, o foco sai da estratégia e entra no território da autopromoção.


Segundo um estudo da NielsenIQ, 59% das ações promocionais no varejo brasileiro não geram retorno financeiro suficiente para cobrir seus custos e, muitas vezes, continuam sendo repetidas porque apresentam métricas superficiais positivas, como “volume de contatos” ou “quantidade de PDVs visitados”.

Indicadores que realmente mostram performance

Trocar quantidade por impacto é o primeiro passo para mudar a lógica. No trade marketing, alguns indicadores são essenciais para medir resultados reais:

  • Sell-out incremental: vendas adicionais geradas por uma ação específica.
  • Taxa de conversão no PDV: percentual de abordagens que viraram compra.
  • Ruptura de estoque: ausência do produto na gôndola, que impacta diretamente a venda.
  • Share de gôndola: espaço do produto em relação aos concorrentes.
  • ROI de campanhas promocionais: retorno sobre o investimento feito.
  • Tempo médio de execução: velocidade na implementação das ações.

Quando analisados em conjunto, esses indicadores dão clareza sobre onde investir e onde corrigir rota.

Exemplo prático: volume não é resultado

Imagine duas equipes de promotores atuando em mercados semelhantes:

  • Equipe A: 900 abordagens no fim de semana, conversão de 6% (54 vendas).
  • Equipe B: 500 abordagens no mesmo período, conversão de 18% (90 vendas).

Se olharmos apenas o volume, a Equipe A parece mais produtiva. Mas o cruzamento com a taxa de conversão revela que a Equipe B gerou mais vendas com menos esforço e provavelmente com menor custo. Esse é o tipo de análise que separa indicador de vaidade de indicador de performance.

A importância do contexto na análise

Nenhum número deve ser lido isoladamente. Uma campanha pode apresentar alta conversão porque ocorreu em um período de alta demanda sazonal. Uma queda no share pode estar ligada a problemas de abastecimento do fornecedor.


O segredo está em cruzar informações: unir dados de execução no PDV, relatórios de vendas, histórico de campanhas e até fatores externos como ações da concorrência. Só assim é possível entender o que realmente está impulsionando ou prejudicando o resultado.

Criando uma cultura de métricas estratégicas

Mais do que adotar novas métricas, é preciso mudar a mentalidade da equipe. Alguns passos para criar essa cultura:

  1. Definir objetivos claros para cada ação – Não basta “visitar mais PDVs”, é preciso saber qual mudança espera ver nas vendas, no share ou na exposição.
  2. Treinar a equipe para interpretar números – Um relatório bem preenchido só é útil se quem o lê souber tirar insights estratégicos.
  3. Estabelecer revisões periódicas de resultados – Acompanhamento contínuo evita que ações ineficientes se repitam.
  4. Reconhecer e premiar resultados reais – Métricas de impacto devem ser valorizadas mais que métricas de volume.

O papel da tecnologia no combate aos indicadores de vaidade

Ferramentas de trade marketing e BI permitem não apenas coletar dados, mas integrá-los e analisá-los de forma inteligente. Com dashboards atualizados em tempo real, é possível:

  • Detectar rapidamente rupturas e corrigi-las.
    Ver quais campanhas geram maior retorno por canal ou região.
  • Ajustar equipes e recursos com base em resultados reais, não apenas volume de ações.

Empresas que adotam esse modelo têm maior agilidade para corrigir desvios e potencializar ações de alto impacto.

Mais que medir, é preciso interpretar

Os indicadores de performance no trade são ferramentas poderosas, mas só geram valor se forem escolhidos e analisados com critério. Números de vaidade podem até render bons slides, mas não pagam as contas. O que move o negócio é a combinação de métricas bem definidas, contexto e ações corretivas rápidas.

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